terça-feira, 17 de abril de 2007

O professor disse assim na sala "Gente, então a lei proíbe que vocês dirijam sob influência de substâncias ilícitas."

E eu tenho que morder a minha língua três vezes pra não perguntar "mas, professorrr, não posso fumar nem unzinho?". Algo deve ser feito pra animar a aula. As pessoas estão mortas e ainda não caíram.

Ninguém fala, mas de repente todo mundo é muito carente e quer conversar. Gente, eu tive terapia hoje mesmo, tô de boa de abrir meu coração. Mas nem todo mundo pensa assim, né? E quando você se dá conta tá ouvindo uma história sobre um marido que bateu no carro de um bombeiro. E nessa hora eu quero até levantar e falar "gente, aí a minha amiga tava dirigindo e o cara fez um sinal de que ia atirar nela por alguma coisa lá, que eu não lembro o que era, porque eu não dirijo e ela me explicou, mas eu não me lembro, porque além de tudo eu tô com uma memória de borboleta. aí ela parou o carro e falou 'vem, atira, atira se for homem', e ele foi embora e essa é a minha história, quero dizer, a da minha amiga. mas em breve, se são cristóvão me permitir, eu vou ter uma dessas pra contar. fim."

Amiguinhos da auto-escola, vamos fazer assim: vamos entrar num estado meditativo durante a aula, não vamos falar nada, vamos deixar que o professor leia a apostilinha e enquanto isso vamos fantasiar com uma praia linda ou com o Matt Damon, o que vocês preferirem, podem escolher. Vamos fazer isso, amiguinhos, porque é isso que gente normal faz. E se a gente não é normal, tudo bem, acontece, mas a obrigação é sempre fingir que é.

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